Estava muito mal,
andando, quando conseguia, com uso de andador. Bengala era perigoso,
pois meus pés não avançavam. Para ir no banheiro, ia de quatro, e
a duração a dose do L-dopa era muito curta, cerca de 2 horas. O
ânimo nem se fala.
Feitos exames de
imagem, resssonância, apropriadamente, com o marca-passo desligado,
foi constatado que o direito, que controla o lado esquerdo do corpo
estava alguns milímetros deslocado e não atingia adequadamente com
seu campo elétrico o núcleo sub-talâmico, e com isto não inibia a
ação e liberação errática da dopamina endógena, causa do
parkinson.
Fui então submetido
à cirurgia de reposicionamento.
Melhorei muito, mas
por conselho médico deveria continuar tomando meus medicamentos,
L-dopa (Prolopa), Amantadina (Mantidam) e Pramipexole (Mirapex ER).
Embora provavelmente devesse reajustar as doses gradualmente para
baixo.
Paralelamente a isto
iniciei o consumo regular de maconha, que me aliviava bastante a
rigidez e os temores ainda remanescentes com o dbs, eis que só
eventualmente fumava por temerosidades ante uma novidade no meu
portfólio de tratamento e por questões morais, afinal no Brasil é crime (como se roubar não fosse). Tinha medo do que poderia ocorrer.
Passei a me sentir
tão bem que fui gradualmente abandonando os medicamentos e ao cabo
de uma semana mais ou menos parei com todos. A partir daí passei só
a fumar maconha, diariamente, um cigarrinho, pois saiba, fumar um cigarrinho isolado um dia, não vai fazer muito efeito, apenas um fugaz alívio.
A sensação de me
livrar da L-dopa foi fantástica, pois me livrei dos “ons” e
“offs” e efeitos colaterais desta droga, que são
incomparavelmente piores do que as da maconha, sem contar o pramipexole e
a amantadina.
Mas é importante
salientar que o efeito da maconha não foi imediato para mim, e sim
acumulativo. Noto que quando fico aproximadamente 2 dias sem fumar
tenho início a festinações, meus pés não obedecem adequadamente.
Um neurologista
clínico conhecido me sugeriu tomar uma dose mínima de manutenção
de L-dopa. Não tomei, preferindo ser um L-dopa free.
Estou de férias no Rio de Janeiro e posso brindá-los com fotos de minhas pedaladas pela Cidade Maravilhosa em https://www.facebook.com/hugo.gutterres.3/photos_all.
E quero esclarecer não se tratar de uma apologia ao uso de drogas e sim a favor do uso de maconha medicinal. E porque não recreativo?
Enjoy.
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